7 de outubro de 2024

“Não houve um dia sequer em que não pensei nela”, afirma mãe

Patrícia Ramos diz que a Justiça ainda não foi feita; ela teve a filha assassinada com um tiro

A empresária Patrícia Ramos, mãe da adolescente Isabele Ramos, que foi morta há exatamente um ano em Cuiabá, tenta conviver com a ausência da garota recordando os momentos felizes de sua vida.

“Um ano se passou mas não houve um dia sequer em que não pensei nela”, diz.

O crime, que chocou o Brasil, aconteceu na noite do dia 12 de julho de 2020, no Condomínio Alphaville, na Capital.

O assassinato da estudante, que tinha apenas 14 anos, aconteceu na casa de sua melhor amiga. Isabele havia ido até a residência da colega para fazer uma torta de limão, porém saiu de lá morta.

A tragédia aconteceu quando o pai da atiradora, o empresário Marcelo Cestari, pediu que a filha guardasse uma arma que foi trazida pelo então genro, de 17 anos, no quarto principal no andar de cima.

No caminho, porém, a garota desviou e seguiu em direção ao banheiro de seu quarto, ainda carregando a arma. Lá, ela encontrou Isabele, que acabou sendo atingida pelo disparo.

Inicialmente a menor alegou que o tiro havia sido acidental, mas o trabalho da perícia apontou o contrário. Após as investigações, a Politec descobriu que a adolescente estava com a arma apontada para o rosto da vítima, entre 20 a 30 centímetros de distância, e a 1,44 m de altura.

Ao relembrar a data, Patricia classifica o crime cometido pela ex-amiga de sua filha como “cruel” e “fria”.

“Perder um filho é algo inimaginável, ainda mais sob essas circunstâncias. Circunstâncias cruéis e frias. Perder um filho e algo que não se cura com remédios, terapia”, afirma em entrevista ao MidiaNews.

A data que marca um ano da morte de Isabele trouxe, além de tristeza, várias lembranças à memória de Patricia. A empresária conta que nas últimas semanas têm se passado um filme em sua cabeça em que ela revive todos os momentos marcantes que viveu com a filha antes de sua partida.

“O nascimento, o primeiro dia de aula, quando ela conseguiu andar sem rodinha na bike… Um ano se passou, mas não teve um dia sequer que não deixei de pensar nela, que não chorei pela ausência, tudo isso somado a dor e a tristeza”, relata a mãe.

Em homenagem à memória de Isabele, a empresária preparou um ato de oração coletiva às 19h na rotatória em frente ao Alphaville. Segundo Patricia, apesar da jornada dolorosa, tem sido um acalento receber tanto apoio e mensagens de amor durante esse ano que passou sem a filha.

“Sem palavras para descrever tamanho carinho, atenção, solidariedade. Eu realmente me sinto privilegiada com tantos gestos”, agradece.

Ações da Justiça

Cerca de seis meses após a data do crime, a Justiça mandou internar a adolescente que atirou e matou Isabele.

Hoje eu aguardo para que a Justiça seja feita e que todos os envolvidos nesse crime recebam as penas que merecem

A decisão foi assinada pela juíza Cristiane Padim, da 2ª Vara Especializada da Infância e Juventude de Cuiabá.

A garota foi condenada a pena máxima de 3 anos de internação, que poderá ser revista a cada seis meses. A adolescente foi sentenciada por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar.

Em fevereiro desde ano, a juíza também condenou o ex-namorado da menor que matou a Isabele a prestar serviços à comunidade por seis meses, por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo. Já que arma usada no crime era dele.

Apesar das condenações, Patricia reforça que, para ela, a Justiça só será plenamente cumprida quando todos os envolvidos no crime que vitimou sua filha forem devidamente punidos. Mesmo afirmando não poder ter paz após o que ocorreu com Isabele, a mãe alega que apenas essa Justiça poderia lhe trazer algum alívio após sua grande perda.

“A menor que assassinou minha filha não atirou sozinha. Hoje eu aguardo para que a Justiça seja feita e que todos os envolvidos nesse crime recebam as penas que merecem”, finaliza.

Os pais da atiradora, Marcelo e Gabi Cestari, foram denunciados por homicídio e devem enfrentar júri popular pelo homicídio. Eles também são acusados de entregar arma de fogo a menor, fraude processual e corrupção de menores. Já Marcelo responde também por posse ilegal de arma.

fonte:midianews

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