7 de outubro de 2024

Dilmar diz que Gaeco apreendeu R$ 150 mil com nota e que defendeu licitação

Odeputado Dilmar Dal Bosco (DEM) afirmou que o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) teria apreendido de maneira injustificada R$ 150 mil durante busca e apreensão em sua casa na Operação Rota Final. O valor seria da venda de um trator, que ele disse que tinha a nota fiscal do negócio.

“Dinheiro com nota fiscal. É meu o dinheiro, tudo comprovado, está lá para ser analisado, com nota fiscal. Não era objeto da operação. Eu fiz a solicitação, agora estava lá com nota fiscal. R$ 150 mil, uma venda de trator de esteira, comprovado, com nota fiscal justificada”, declarou.

Em entrevista na manhã desta quarta (16), o líder do governo na Assembleia também negou ter agido para impedir a licitação do transporte intermunicipal, investigada na Rota Final. Disse sempre defendeu a realização o procedimento, mas que o edital precisava de ajustes que eram demandados pelos empresários do setor.

“São suposições… suposições eu faço… talvez aquela pá ali pode cair. Vamos ter que perguntar para o cara lá se ela cai ou não. Suposições… é difícil hoje em dia”, começou. Questionado se sua família teria sido atacada, respondeu: “Com toda certeza”.

“A mesma coisa vai para o que “diz que me viu” almoçando em um restaurante lá em Ipiranga do Norte e agora arquiva. Então, as coisas são difíceis. É o contrário. Acho que primeiro, antes das suposições, ou há indícios, chama para ver o que tem de verdade ou não. Separar o que é público e o que é privado. As licitações nunca pararam, todas elas continuaram, o processo continuou, tanto é que o Estado suspendeu agora. Porquê? Tem alguma coisa irregular, alguma coisa errada? Então não tem nada, tudo aconteceu normal”, disse.Eder Pinheiro corrup��o empresa verde

O empresário Éder Pinheiro é acusado de pagar propina a deputados estaduais em MT

O Gaeco e o Ministério Público Estadual (MPE) afirmam que Dilmar e o ex-deputado Pedro Satélite teriam agido para impedir e atrasar a licitação do transporte intermunicipal a pedido do empresário Éder Pinheiro, dono da Verde Transportes, e do Setromat, que lidera empresas do setor. Esses empresários atuavam de maneira precária, e teriam pago propina aos deputados para que a licitação fosse barrada.

O MPE afirma que a Comissão Especial do Transporte, da qual Dilmar e Satélite faziam parte, teria sido utilizada como artifício para atrasar o edital do setor. Os parlamentares chegaram a entrar com representação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) para interromper o procedimento.

“Eu acredito no seguinte: daqui alguns dias nós não vamos poder mais ser parlamentar, não vamos poder ser legislador. Proposituras são apresentadas todos os dias dentro do Parlamento, e muitas delas são inconstitucionais, como essa própria PEC. É o direito de cada um definir, ter uma defesa. Chegam lá dentro da Assembleia problemas de vários setores segmentados. E aí você tem que trabalhar por isso. Por atacadistas que estão hoje perdendo competitividade no diferencial tributário, os frigoríficos estão tendo muita dificuldade hoje de se manter na alíquota do ICMS que tem, setor de farmácia com muita dificuldade… Dentro da Assembleia aparecem todos os pedidos, e aí você defende aquilo que acha que está certo”, afirmou o deputado.

“Acho que primeiro, antes das suposições, ou há indícios, chama para ver o que tem de verdade ou não. Separar o que é público e o que é privado. As licitações nunca pararam, todas elas continuaram, o processo continuou, tanto é que o Estado suspendeu agora. Porquê? Tem alguma coisa irregular, alguma coisa errada? Então não tem nada, tudo aconteceu normal”

Dilmar Dal Bosco

Dilmar citou o estudo inicial feito em 2010 que dimensionava o público a ser atendido no transporte intermunicipal em 8 milhões de usuários. Em 2014, a Ager-MT, que regula o setor, apresentou outro documento, com metade do número de usuários. O MPE afirma que esse novo estudo teria sido elaborado sob encomenda e com pagamento de valores ilegais.

“Quando o projeto de lei veio para aprovar em 2011, vários colegas deputados usaram a tribuna falando “isso aqui é um crtl+c, crtl+v (copia e cola)”. Na Justificativa tinha o Estado do Ceará. Isso tudo foi mostrado. O problema é agora falar, “ah, deu deserto”. Deu deserto quem não conhece as empresas de transporte brasileiras… Da mesma maneira, se vocês analisarem quanto a licitação da Rodoviária de Cuiabá não foi para frente? Só foi para frente porque mudou o edital. Tirou a exigência de investimento de R$ 30 milhões para ter um shopping dentro da rodiviária. Agora aconteceu. Então, a licitação nunca parou”, continuou.

O deputado disse que não tem “nenhuma preocupação” com o andamento das investigações criminais e da ação civil pública à qual responde, e lembrou que ofereceu uma fazenda para evitar o bloqueio de suas contas. Uma das acusações na ação envolve o oferecimento de gratuidades aos deputados, e Dilmar afirma que não havia nada de irregular, e que havia na lista outros parlamentares. “Todo mundo é igual. Então são coisas que a gente precisa saber separar”.

“Eu fico triste pela minha esposa e minhas filhas. Fica difícil para você se manter na defesa que eu sempre trabalhei, sempre me dediquei em Mato Grosso, fica ruim no pessoal. Agora, eu não desanimo. Tenho fé em Deus e acredito na verdade”, finalizou.

fonte:rdnews

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