7 de outubro de 2024

Sargento da PM responde por tentativa de homicídio, ameaça e invasão de terra em MT

Conteúdo/ODOC – O sargento da reserva remunerada da Polícia Militar, Omigha de Lima Oliveira, 54 anos, é um dos suspeitos de ter matado o advogado Renato Nery. Ele foi um dos alvos do cumprimento de mandado de busca e apreensão no inquérito da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na terça-feira (30), que apura o assassinato do advogado Renato Nery, assassinado em frente ao escritório dele na Avenida Fernando Corrêa da Costa.

O sobrinho dele, morador de Várzea Grande, também foi alvo de busca e apreensão da Polícia Civil e é suspeito de ter participado da morte do advogado.

Omigha responde por crime de assassinato em Sorriso e foi preso em março do ano passado pela Delegacia de Castelo dos Sonhos, no Pará, por ter sido informado por moradores acerca de ameaças proferidas por ele na região de divisa com Mato Grosso. Quando os policiais chegaram, viram que ele usava uma arma de fogo tipo Glock, a mesma utilizada pelas forças policiais de Mato Grosso, o que ele não poderia portar.

Em outubro de 2022, a Justiça de Várzea Grande concedeu medidas protetivas para a irmã de Omigha para resguardar a integridade física e moral dela. Por força dessa decisão, ele não poderia se aproximar da irmã em Várzea Grande e nem portar arma de fogo.  Contudo, após audiência de custódia, ele foi solto.

O Ministério Público denunciou Omigha de Lima Oliveira juntamente com outras duas pessoas foram denunciados pela tentativa de homicídio contra o empresário Atilânio Albino da Silva, ocorrido em 2017. Contudo, a vítima bem como Omigha são envolvidos em conflitos de terra.

Conforme um processo em que Omigha foi acionado por Marcelino da Silva no ano passado, o sargento aposentado chegou armado na área de Marcelino expulsando-o da propriedade, Conforme Marcelino, ele é proprietário de uma área de terras rurais situada na Rodovia BR 163, denominada Fazenda Divisa da Mata II, com limite lateral com a base aérea do Cachimbo, localizado em Guarantã do Norte.

No dia 18 de fevereiro, ele estava em sua propriedade realizando trabalhos braçais, para instalar os postes que levarão a rede de energia elétrica até a casa. Contudo, Omigha adentrou na propriedade dizendo que todos deveriam se retirar do local, pois aquela propriedade lhe pertencia.

O sargento estaria usando uma arma de fogo em uma das mãos e outra na cintura, a qual se encontrava à mostra. Conforme Marcelino, Omigha teria avisado que voltaria com reforços para tirar quem quer que fosse daquelas terras, declarando que um morto a mais ou um a menos não lhe fazia diferença.

Além dessas ações, o Ministério Público abriu processo contra ele em 2009 por crime de tortura.

Assassinato do advogado

O advogado Renato Gomes Nery, 72 anos, foi assassinado na manhã do dia 05 de julho com um tiro na cabeça. A morte ocorreu 18 dias após ele ter denunciado a existência e o modus operandi de um escritório do crime, que envolve um advogado e filho de um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em esquema envolvendo ações por disputas de terras no Estado.

No documento encaminhado para a presidência da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT), Nery relatava a ação apontada por ele como antiética de um colega e outros envolvidos como um médico, dono de hospital em Cuiabá, desembargadores, juízes, um ex-secretário de Estado, e outros advogados.

Ele pediu que a OAB instaurasse processo administrativo disciplinar contra o advogado e após a instrução, que os autos fossem julgados com a aplicação das sanções cabíveis a exemplo das citadas no artigo 34 do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil.

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