7 de outubro de 2024

Usaram um áudio retirado de contexto para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi”, explica Janones

O deputado federal André Janones (Avante-MG) reagiu às acusações decorrentes do vazamento de áudios onde ele é ouvido cobrando parte dos salários de seus assessores para custear despesas pessoais. Nestes áudios, Janones tenta convencer seus assessores a contribuir, alegando que seu patrimônio foi “dilapidado” por campanhas eleitorais. O deputado, no entanto, descreve o conteúdo dos áudios como “fake news”.

Em suas redes sociais, Janones negou a prática de “rachadinha”, termo que se refere à apropriação indevida de parte do salário de servidores. “Eles usaram uma gravação clandestina e criminosa, um áudio retirado de contexto e para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi”, disse ele. “Eu nunca recebi um único real de assessor, não comprei mansões, nem enriqueci, e isso por uma simples razão: eu nunca fiz rachadinha”.

O áudio, gravado pelo jornalista Cefas Luiz, ex-assessor de Janones, data de 2019. Luiz anunciou planos de entregar o material e outras “provas de irregularidades” à Polícia Federal. “Sei de muita coisa que acontecia por lá”, afirmou Cefas.

Na gravação, Janones é ouvido reivindicando parte do salário de seus assessores para cobrir despesas como casa, carro, poupança e previdência. “Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil)”, disse Janones, justificando que é “justo” que seus assessores participem da reconstrução do seu patrimônio.

Janones também sugeriu estar ciente das implicações legais de suas ações: “Eu não acho que isso seja corrupção, e não tem problema ninguém saber”. Ele ainda expressou despreocupação com as consequências políticas: “E se eu tiver que ser colocado contra a parede, eu não estou fazendo nenhuma questão desse mandato”, disse.

Na manhã de segunda-feira, 27, parlamentares começaram a se mobilizar para pedir a cassação do mandato de Janones, planejando apresentar uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e uma notícia-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR). O TSE classifica a prática de “rachadinha” como enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público, colocando em risco a elegibilidade do político envolvido.

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