7 de outubro de 2024

Três são assassinados e 1 é torturado em conflitos por terra em MT em 2022

Conteúdo/ O Doc – Três pessoas foram assassinadas em Mato Grosso no ano passado em razão de conflitos no campo. No país foram 47 mortos. As disputas por no campo aqui no estado tem relação com terra, água e questões trabalhistas.

Os dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontam que foram 166 ocorrências de conflitos no campo, com 40.971 pessoas envolvidas diretamente. Doze estão jurados de morte.

Ainda no ano passado, foram registradas 256 ações de pistolagem contra os povos do campo. Nesses casos de pistolagem, três pessoas foram assassinadas, sendo Eliseu Kanela, na Terra Indígena Porto Velho, na Aldeia Pukañu, no município de Confresa; um sem terra na Fazenda Pau D’Alho, em Cotriguaçu; e um trabalhador rural na fazenda da família Gringos, em Colniza.

Entre os estados do Centro-Oeste, o Mato Grosso continua a liderar diversas categorias de conflitos registrados pela Pastoral, tais como: conflitos por terra, conflitos por água, violência contra a pessoa, ocorrências de conflitos no campo, despejos judiciais, destruição de pertences de famílias, e o tamanho da área em disputa.

“Estamos há 15 anos na terra, agora sofremos dois despejos e ameaças pelos seguranças da fazenda, não podemos nem registrar um boletim de ocorrência, pois não somos reconhecidos”, conta Marizete, trabalhadora da Gleba Pelicioli, situada na região de Santa Terezinha, no Baixo Araguaia.

Os conflitos no Estado migraram de região em razão do crescimento das lavouras de soja no Araguaia, pressionando pequenos posseiros que estão em cima de áreas públicas.

“Sempre aparece um “dono”. Há terras devolutas da União e do Estado com até títulos sobrepostos”, comentou o coordenador da Comissão da Pastoral da Terra em Mato Grosso, Luis Carlos da Silva.

Há quase 40 anos, o relatório do CPT reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro, bem como indígenas, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais do campo, das águas e das florestas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *