7 de outubro de 2024

Paccola diz não ver peso da Operação Coverage em eleição

Vereador, que vai concorrer a deputado estadual neste ano, responde a denúncia do MPE por falsidade ideológica

O vereador Tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos) afirmou que não teme que o fato de ser réu no processo oriundo da Operação Coverage, por crime de falsidade ideológica, possa interferir na campanha para deputado estadual nas eleições deste ano.

Paccola lembrou que fez uma campanha para vereador e foi eleito logo após a sua prisão na operação e que, se for condenado, trata-se de sentença em primeira instância, que cabe recurso, e de um crime de menor potencial ofensivo – com possibilidade até mesmo de prescrição no futuro.

“Não temo, porque a minha campanha para vereador foi logo após a minha prisão. Não tinha nada que pudesse me expor mais do que isso. […] Não vejo como motivo para ficar preocupado. Meus eleitores são todos conscientes, votam conhecendo a minha história”, afirmou.

Não temo porque a minha campanha para vereador foi logo após a minha prisão. Não tinha nada que pudesse me expor mais do que isso

“Não temo nada que possa interferir diretamente na campanha. Lógico que a oposição, vendo a minha projeção como ameaça [pode usar]. Mas as pessoas não querem nenhum santo. Elas não querem pessoas vinculadas a atos de corrupção ou desvio do dinheiro público, e disso não podem me acusar”, completou.

A Operação Coverage, cujo julgamento deveria ocorrer neste mês e foi adiado para novembro deste ano após pedido da defesa de Paccola, apurou a adulteração de dados de uma arma utilizada em sete crimes de homicídio (quatro tentados e três consumados) praticados pelo grupo de extermínio denominado Mercenários.

No documento, o promotor de Justiça pediu a condenação de Paccola por falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informações.

Além dele, também foi pedida a condenação do 2º tenente Cleber de Souza Ferreira e do 3º sargento Berison Costa e Silva e a absolvição do tenente-coronel Sada Ribeiro Ferreira e do tenente Thiago Satiro Albino.

“A falsidade ideológica é porque eu usei a senha do sargento que estava salvo dentro do meu computador. Não é como se eu tivesse falsificado um documento para fraudar um empréstimo ou dar um golpe em alguém”, afirmou.

“Fiz porque não tinha mais acesso, e dentro do meu computador tinha uma senha salva que me permitia o acesso. Acabei fazendo e na primeira oportunidade, acabei confessando o ato. Não vejo problema nenhum”, se defendeu.

Não tenho arrependimento do que foi feito. Pelo contrário, entendo que para mim é muito melhor passar pelo risco de estar preso, como já estive, do que ficar aprisionado na minha consciência

Sem arrependimentos

Paccola confessou à Justiça a adulteração dos dados da arma inseridos no sistema, mas pontuou que se tratou de um erro administrativo e que não se arrepende do que fez. Ele ponderou, no entanto, que a situação poderia ter se desdobrado de forma diferente.

“Mas se eu não tivesse feito, talvez o tenente Sada Ferreira – que na verdade nem em Cuiabá estava e é pessoa da qual eu tenho absoluta certeza que nunca teve qualquer tipo de vínculo com nenhum dos investigados na Operação Mercenários – acabaria tendo dificuldade de se desvincular e comprovar”, disse.

“Não tenho arrependimento do que foi feito. Pelo contrário, entendo que para mim é muito melhor passar pelo risco de estar preso, como já estive, do que ficar aprisionado na minha consciência o resto da vida por saber que alguém está preso por falta de coragem ou falta de caráter da minha pessoa, sabendo que eu tinha responsabilidade desde o início na regularização daquela arma quando ele solicitou”, completou.

O vereador afirmou que não é “hipócrita ou demagogo” e defende que a Justiça deve ser feita para todos – inclusive ele.

“Dentro do que está previsto na lei, todos nós precisamos ser julgados por nossos atos quando cometemos algo que é caracterizado na lei como ilícito”, afirmou.

fonte:midianews

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