Pesquisa revela que 63% dos trabalhadores com carteira assinada não conseguem pagar as contas básicas
Conteúdo/ODOC – Uma pesquisa realizada pelas fintechs Zetra e SalaryFits, em parceria com a On The Go, restech de pesquisa de mercado, mostrou que cerca de 63% dos trabalhadores com carteira assinada em empresas não possuem dinheiro suficiente para cobrir suas despesas básicas, como moradia, alimentação, saúde, impostos, entre outras. O estudo, que é a 3ª edição da Pesquisa “Hábitos e Impactos da Saúde Financeira dos Trabalhadores”, entrevistou 849 pessoas em todo o país.
A pesquisa classificou os gastos pessoais em três tipos: essenciais, necessários e supérfluos. Os custos essenciais são aqueles que garantem a sobrevivência e o bem-estar do indivíduo e da família, como moradia, alimentação básica, saúde, higiene, impostos, energia elétrica, internet, gás, transporte, manutenção da casa e seguros.
Os consumos necessários são aqueles que melhoram a qualidade de vida, mas que podem ser reduzidos ou substituídos, como a gasolina do carro, a assinatura de uma TV a cabo ou de uma plataforma de streaming. Já as despesas com supérfluos são aquelas que não são essenciais nem necessárias, mas que trazem prazer e satisfação, como a renovação da academia ou do clube, viagens, artigos de luxo, tratamentos estéticos e bebidas alcoólicas.
Segundo o estudo, muitos brasileiros não conseguem pagar nem mesmo os gastos essenciais, o que compromete sua saúde financeira e sua saúde física e mental. Mais da metade dos trabalhadores entrevistados se dizem estressados (58%) quando enfrentam a falta de dinheiro no fim do mês, o que pode gerar aumento de irritabilidade em casa (44%), diminuição da atenção (44%) e menor produtividade (34%).
Além disso, as dificuldades financeiras dos trabalhadores também afetam as empresas, que podem ter prejuízos com a queda de desempenho, a rotatividade e o absenteísmo dos funcionários. A pesquisa conclui que a saúde financeira do trabalhador pode se refletir diretamente na prosperidade (ou fracasso) dos negócios, e que as empresas devem se preocupar em oferecer soluções e benefícios que ajudem seus colaboradores a equilibrar suas finanças.
A pesquisa revela, ainda, que a falta de planejamento financeiro também afeta as classes altas, que possuem renda familiar acima de 20 salários mínimos, atualmente, equivalente a pouco mais de R$ 26 mil. Na classe A, 55% dos entrevistados afirmaram estar enfrentando dificuldades para chegar ao fim do mês com dinheiro no bolso. Destes, 66% são mulheres e 47% são jovens até 30 anos.
O especialista em investimentos, Renan Diego, aponta uma solução para esse problema. “Se no final do mês não está sobrando dinheiro é porque não está havendo uma boa administração do salário, para que isso ocorra o ideal é assim que receber o salário, buscar separar de 10 a 20% para investir em uma reserva de segurança, para dar tranquilidade financeira para momentos difíceis, depois buscar colocar o padrão de vida mensal dentro de 60 a 70% do salário e 20% para o lazer da família”, ressalta Renan, à frente da escola digital Produtividade Financeira, por onde já educou mais de 6 mil brasileiros sobre finanças pessoais e investimentos.
Um reflexo da falta de dinheiro para pagar as contas básicas é o endividamento da população. Ainda de acordo com a pesquisa, 24% recorrem ao cartão de crédito ou buscam algum trabalho paralelo. Outros 16% recorrem ao cheque especial, que possui uma taxa média de juros de 7,96% ao mês, para complementar a renda. E 10% apelam para empréstimos bancários para cobrir suas despesas.