7 de outubro de 2024

Com onze inquéritos arquivados por falta de provas, ex-governador critica “indústria da delação” no MP

Conteúdo/ODOC – A Polícia Federal e a Justiça Eleitoral arquivaram os 11 inquéritos policiais abertos contra o ex-governador Pedro Taques, por falta de provas. As investigações foram baseadas na delação premiada do empresário Alan Malouf, que afirmou ter participado de um esquema de arrecadação ilegal de recursos para a campanha de Taques em 2014, o chamado “caixa 2”.

Segundo Malouf, os empresários que doavam para a campanha de Taques tinham contrapartidas em contratos com o governo estadual. No entanto, nenhuma prova concreta foi apresentada para sustentar as alegações do delator, que foram arquivadas por falta de fundamentação.

O juiz responsável pelo caso declarou que a Polícia Federal não encontrou indícios que corroborassem as acusações de Malouf. A defesa de Taques foi feita pelo escritório AFG&Taques Advogados Associados, do qual ele é sócio.

Taques, que não conseguiu se reeleger em 2018, atribuiu a delação de Malouf a uma vingança pessoal, pois ele teria negado favorecimentos ao empresário durante o seu mandato. Ele também criticou o que chamou de “indústria da delação”, em que o Ministério Público aceitava qualquer depoimento sem exigir provas.

“Não foi apresentada nenhuma prova. Nenhum documento. E, ainda assim, a delação foi recebida pelo Ministério Público e homologada no Supremo Tribunal Federal pelo ministro Marco Aurélio (hoje aposentado). O Ministério Público, com raras exceções, aceitava tudo sem a necessidade de comprovação. O delator era praticamente santificado”.

O ex-governador disse que sempre respeitou o direito de investigação, mas que foi vítima de uma injustiça. Ele lembrou que foi favorável à delação premiada quando era senador, mas que esperava que ela fosse usada com responsabilidade.

O último inquérito que ainda estava pendente, referente às doações do setor sucroalcooleiro, também foi arquivado no último dia 12, e o caso foi encaminhado para a Polícia Judiciária Civil, que vai apurar se Malouf cometeu o crime de denunciação caluniosa.

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