Projeção da Conab prevê aumento de área plantada de arroz e feijão em Mato Grosso
Conteúdo/ODOC – Base da alimentação do brasileiro, o arroz e o feijão terão aumento de área plantada em todo país, revertendo a tendência da redução da produção destes alimentos nas ultimas 10 safras. Em Mato Grosso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima expansão de 31,2% da área plantada de arroz, resultado também da majoração da rentabilidade do grão e da significativa retração da rentabilidade do milho no estado.
Com intensa redução de área na safra 2022/23, a produção de arroz no país foi a menor dos últimos 20 anos, sendo que para 2023/24 é projetado uma recuperação de área nos principais estados produtores. As informações são da 11ª edição das Perspectivas para a Agropecuária – Safra 2023/24, divulgada nesta terça-feira (19).
A companhia prevê que haja expansão de área em torno de 10,2% na próxima safra e incremento de produtividade de 2,4%. Essa combinação de fatores resulta em uma projeção de crescimento de 12,8% no volume produzido de arroz pelo Brasil, totalizando uma safra nacional de 11,3 milhões de toneladas.
“Nossa preocupação central, apesar da safra recorde neste ano, foi com a redução da área plantada do arroz e feijão, a menor dos últimos 47 anos. O estudo que hoje apresentamos traz agora uma boa notícia, que é a melhoria da área plantada desses dois alimentos, sinalizando que teremos mais comida na mesa do brasileiro. A retomada de políticas públicas pelo governo brasileiro, como o Plano Safra, compras públicas e garantia de preços mínimos deram um sinal positivo para quem quer produzir comida”, explicou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
No caso do feijão, Mato Grosso deve manter os 155 mil hectares de feijão na safra 2023/2024. A produção segue bem ajustada à demanda e deverá continuar proporcionando boa rentabilidade ao produtor.
Para ser ter uma ideia, a lucratividade dos produtores de feijão em Mato Grosso mais do que dobrou de um ano para outro. O Valor Bruto da Produção em 2018 que era de R$ 824 milhões saltou para R$ 1,4 bilhão em 2023.
A expectativa pela melhor rentabilidade frente às culturas concorrentes, como soja e milho, pelo retorno mais rápido do investimento devido ao ciclo mais curto da cultura, entre outros fatores, tem levado os produtores brasileiros a investirem no feijão. Contudo, o aumento da área plantada não será acompanhado de uma melhora produtiva, uma vez que se projeta uma queda na produtividade média das lavouras brasileiras, sobretudo em razão da probabilidade de ocorrência de El Niño.