5 de dezembro de 2024

Preconceito contra carne mato-grossense ainda é muito forte na Europa e Ásia, diz diretor do Imac

Conteúdo/ODOC – Mesmo com o aumento das exportações da carne bovina oriundas de Mato Grosso, ainda há muito preconceito com um das principais commodities do Estado. A constatação é do diretor técnico operacional do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade. Este foi um dos temas tratados por ele durante a 26ª edição do Prosa de Pecuária, live mensal do Instituto Desenvolve Pecuária, uma iniciativa de pecuaristas do Rio Grande do Sul. A entrevista foi realizada na terça-feira (18).

De acordo com Bruno Andrade, este preconceito com a carne brasileira ficou muito claro durante viagens do Imac à China e Europa para realizar visitas a empresas importadoras. Ele percebeu que há um desconhecimento muito grande em relação ao trabalho realizado e todos os controles socioambientais.

“Atualmente, de 85% a 90% dos animais abatidos em Mato Grosso passam por alguma checagem socioambiental. Posso afirmar, com toda a certeza, que tudo aquilo que exportamos para os mais de 70 países foi verificado sobre os critérios do Protocolo Unificado do Ministério Público Federal. A grande questão é que esta informação não chega para os mercados da China e da Europa. Portanto, falta melhorar essa comunicação e quem precisa fazer isso é o setor produtivo da carne”, garantiu.

Além disso, ele ressaltou que a qualidade da carne também é colocada em xeque, de que o produto brasileiro não tem a qualidade acima da média do que é visto pelo mundo. Mais uma vez, um pensamento errado.

“Há 11 anos em Mato Grosso tínhamos 5% dos animais sendo produzidos com até 24 meses de idade. No ano passado, o estado chegou a produzir mais de 25% dos animais com esta idade, o que foi um avanço muito grande. Os produtores investiram em genética, manejo e nutrição. Temos cerca de um terço dos animais sendo produzidos em sistemas de confinamento, assim como outra quantidade significativa sendo produzida em sistemas de semi-confinamento. Isso faz com que a gente antecipe a idade de abate desses animais, o que tem ajudado muito na produção de carne de qualidade”.

Ele também falou sobre os objetivos e as ações do Instituto, criado em 2016 por uma lei estadual. O principal objetivo do Imac é a promoção da cadeia produtiva da carne no estado de Mato Grosso para os consumidores de todo o país e para os mercados que importam o produto mato-grossense.

A sanidade do rebanho, a qualidade da carne produzida nas fazendas e processada nas indústrias frigoríficas do estado, a sustentabilidade e a transparência nas relações entre produtores, indústria e também no estado são foco do Instituto.

Ele ainda citou ações do Imac como o Programa de Reinserção e Monitoramento, uma plataforma eletrônica que auxilia os produtores no processo de readequação ambiental. Também tem o Passaporte Verde, um programa de rastreabilidade e monitoramento socioambiental que visa promover no estado de Mato Grosso a originação de animais desde o nascimento até o abate, considerando o cumprimento de todos os critérios previstos pelo Protocolo unificado do Ministério Público Federal.

A partir de 2026 os frigoríficos irão fazer o controle dos critérios socioambientais, além dos seus fornecedores, também dos produtores de garrotes e bezerros.

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