7 de outubro de 2024

Número de conflitos no campo em MT registra aumento de 61%, o segundo maior do país

Conteúdo/ODOC – Com 61,53%, Mato Grosso é o segundo estado com maior aumento de conflito por terras no país, conforme os dados da publicação Conflitos no Campo Brasil 2022. No Estado foram registrados 147 conflitos no campo, enquanto em 2021 foram 91 casos. No país, o crescimento dos casos foi de 16,7%.

As áreas de conflito abrangem cerca de 60 municípios envolvendo 9,2 mil famílias. Até mesmo na área metropolitana foram registrados conflitos por terra. Em Cuiabá, com um caso cada, foram registrados conflitos na comunidade do Aguassu, Coxipó-Açú e São Gerônimo. Já em Várzea Grande, foi registrado um conflito na Comunidade Quilombola Capão do Negro Cristo Rei.

Em Poconé foram contabilizados mais conflitos de terra em 25 comunidades rurais em 2022. Contudo foi no Parque Indígena do Xingu, com 1.875 casos, a maior quantidade de conflitos, que tem área de 2,6 milhões de hectares abrangendo os municípios de Nova Ubiratã, Canarana, Feliz Natal, Gaúcha do Norte, Marcelândia, Paranatinga, Querência, São Félix do Araguaia.

A falta de políticas públicas de reforma agrária é o que tem causado os conflitos em Mato Grosso. A falta de assentamentos é um problema grave que aumenta mais a pressão pela disputa de terras.

“Nesses últimos anos a gente se sente até fracassado, só houve uma única experiência de assentamento e temos dezenas de demandas. Há falta de vontade política, falta de vontade na gestão e dos poderes que dão crédito e valorizam apenas que o agro é pop, que a monocultura extensiva é a solução”, criticou o coordenador da Comissão da Pastoral da Terra em Mato Grosso, Luis Carlos da Silva.

Os principais causadores desses conflitos, os quais incluem grandes empreendimentos de exploração mineral e de geração de energia, empresas do agronegócio e monocultivos, garimpo, pecuária e o próprio Estado brasileiro. Em 2022, os fazendeiros foram responsáveis por 23% das ocorrências de conflito por terra, seguidos do governo federal, com 16% , empresários, com 13% e grileiros, com 11%.

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