5 de dezembro de 2024

Nos bastidores, Max e Botelho disputam votos para decidir quem será presidente da ALMT

Apoio da deputada estadual Janaína Riva pode ser fiel da balança, mas ela tem se mantido neutra por enquanto

Menos de um mês após a eleição de 30 de outubro, os deputados estaduais Eduardo Botelho (União) e Max Russi (PSB), atual presidente e primeiro-secretário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, respectivamente, disputam nos bastidores o apoio dos outros 22 parlamentares estaduais para o comando da Mesa Diretora no próximo biênio, 2023-2024.

Nos bastidores, parlamentares revelam que os dois têm um acordo no qual, qual deles reunir maior número de apoio de outros deputados, será o presidente, enquanto o outro será o primeiro-secretário. 

Em resumo, o com maior apoio teria o poder político, controle sobre a pauta de votação, comando sobre os principais cargos de confiança dentro da ALMT e maior força de articulação junto aos outros poderes e instituições – o presidente -,. enquanto o outro ficará com controle administrativo e ordenação de despesa da Casa de Leis – o primeiro-secretário.

O jogo do poder

As duas posições são importantes para ampliar poder de influência política, manter contratações de lideranças, ter força de articulação junto a outras instituições e apoio de outros parlamentares em projetos futuros.

Para Eduardo Botelho, ocupar a Presidência pode ser um trunfo para ser candidato a prefeito de Cuiabá em 2024. No comando da Casa de Leis, ele ganha força para convencer o governador Mauro Mendes (União) a apoiá-lo. 

Já o deputado Max Russi, por sua vez, ter o comando da Casa é peça importante para o crescimento partidário do PSB nas eleições municipais. No comando da ALMT, ele terá mais força política para garantir o crescimento da sigla no estado e, dessa forma, alicerçar um projeto político maior em 2026.

Onde há fumaça, há fogo

Apesar de Botelho dizer que ainda é muito cedo para falar sobre a eleição da Mesa e de Max Russi ter decidido evitar a imprensa até o fim do segundo turno das eleições, outros deputados confirmam abertamente que os dois têm interesse em ser presidente da Assembleia Legislativa no próximo ano.

“Com relação à Mesa Diretora acredito que já está bem definido. Não há muita contestação que o deputado estadual Eduardo Botelho tem pretensão de ser reeleito e têm grande maioria”, afirmou Júlio Campos (União), na terça-feira (18), em visita ao Palácio Paiaguás, por exemplo.

A terceira protagonista da disputa, a deputada estadual Janaína Riva (MDB), também já declarou à imprensa estar fora da disputa pela presidência ou primeira-secretária neste biênio e tentar um dos cargos no biênio de 2025-2026. Principalmente porque a PEC 2/2021, aprovada em junho de 2021, proíbe a reeleição à Mesa Diretora do parlamentar que ocupar um desses dois cargos.

“Sabia que era uma disputa muito inglória pra mim que não haveria chance. Porque o deputado Max e o deputado Botelho já estão disputando interinamente a presidência, já estão discutindo isso junto aos deputados. E eu não vejo oportunidade agora para compor diferente”, afirmou Janaína Riva, na quarta-feira (19), na ALMT.

Fiel da balança

Se por um lado a deputada Janaína Riva não quer entrar na disputa direta pela Primeira-Secretária ou Presidência da Assembleia Legislativa, também possui influência entre outros parlamentares e pode reunir um grupo decisivo para a vitória de Botelho ou Max Russi nesta disputa.

Com isso ela poderia deixar amarrado algum apoio para o biênio de 2025-2026, quando ela tem mais interesse em estar como presidente ou primeira-secretária da ALMT para também se fortalecer para a eleição de 2026, quando pretende tentar um cargo majoritário.

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