7 de outubro de 2024

Vereadores dependentes do prefeito devem impedir criação de comissão de impeachment em Cuiabá

Avaliação é autor do pedido de impeachment, vereador tenente-coronel Paccola

A dependência de cargos e ajuda financeira do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) vai ser fator decisivo para os vereadores não aprovarem a criação de uma comissão processante para o impeachment do chefe do Executivo municipal de Cuiabá. A avaliação é do vereador licenciado tenente-coronel Paccola (Republicanos), autor do pedido, feita à imprensa minutos antes da votação que deve ocorrer na manhã desta quinta-feira (26), na Câmara de Vereadores.

“Não tenho perspectiva que aprove porque sei da dependência que a maioria dos vereadores tem com Executivo. Por não conseguir ser independente, por não ter chegado com próprio mérito, com as próprias ações, precisou de apoio de cargo, precisou de acordo financeiro, isso é uma trava para que a população tenha um legislativo independente”, afirma Paccola.

A abertura do processo de impeachment avaliado nesta quinta é por conta da investigação sobre pessoas que teriam furado a fila da vacinação contra covid-19 em uma esquema organizado com anuência do prefeito Emanuel Pinheiro. A apuração é feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Segundo Paccola, até mesmo Márcia Pinheiro (PV), primeira-dama de Cuiabá e pré-candidata a deputada estadual, e o deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (MDB), filho do prefeito, teriam furado a fila de vacinação. Contudo, mesmo com supostas provas, como gravações de conversas por celular, o vereador não vê chances na criação da comissão processante.

“Não tenho perspectiva de que vá ser aprovada. Independente disso, minha obrigação é de assim fazer, primeiro para que a população saiba qual é a conduta do prefeito que está a frente da prefeitura. Esse conceito de que foi eleito pelo processo democrático não é um cheque em branco para que você faça o que quiser fazer, inclusive atos ilegais. Esse é o primeiro dos fatos, tenho certeza que a população entende, principalmente os que perderam entes queridos porque não se vacinaram em tempo”, disse.

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