Cattani defende Governo Bolsonaro: “Modificam o teor das coisas”

Relatório da CGU apontou “balcão de negócios” em distribuições de verbas com participação de pastores
O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) saiu em defesa do Governo Jair Bolsonaro (PL) nesta semana e minimizou os escândalos de corrupção do Ministério da Educação (MEC).
No último mês, a imprensa nacional denunciou a existência de um “balcão de negócios” que seria orquestrado pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que não têm vínculo formal com a Pasta, mas teriam participado de reuniões com autoridades nos últimos anos.
As suspeitas ainda foram apontadas em um relatório da Controladoria-Geral da União sobre distribuições de verbas do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação).

Não havia nada autorizado pelo ministro, de forma nenhuma. O ministro falou que iria priorizar algumas pautas e é isso
“As pessoas modificam o teor das coisas. Por exemplo, se por ventura alguém estava fazendo essas propinas, seriam os pastores e prefeitos. Isso é o que está sendo cogitado até hoje. Nunca chegou ao ministro”, afirmou à imprensa.
“Não tem um real desviado pelo ministro. Não existe acusação contra o ministro. Essa é a grande diferença que temos que colocar em pauta. Não é simplesmente porque o prefeito falou ou o pastor falou. Isso não procede”, completou.
Em gravação de áudio divulgada pelo jornal Folha de São Paulo, o então ministro Milton Ribeiro, afirmou: “Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”.
Segundo o ministro, ele estaria atendendo a um “pedido especial” feito por Bolsonaro.
Cattani apontou que o áudio foi vazado de “maneira covarde” e que não há nada de ilícito na conversa.
“Primeiro que é um áudio vazado de uma maneira covarde, em que o ministro está conversando com pessoas do seu meio. Segundo, que não há nada disso nesse governo”, disse.

Pega pastor, pega prefeito e quem for que estiver envolvido e pau neles
“Não havia nada autorizado pelo ministro, de forma nenhuma. O ministro falou que iria priorizar algumas pautas e é isso”, completou se referindo ao áudio.
A Polícia Federal do Distrito Federal abriu um inquérito para investigar o caso no último mês.
Há ainda uma investigação da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre o caso e também no Supremo Tribunal Federal, onde o inquérito tramita sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia.
“Pau neles”
No início deste mês, prefeitos foram chamados à Comissão de Educação do Senado após as denúncias e reafirmaram que receberam pedido de propina de pastores para terem acesso a verbas do Ministério da Educação, o que também foi minimizado por Cattani.
“Se eles confirmaram, pau neles. Pega pastor, pega prefeito e quem for que estiver envolvido e pau neles. Se o ministro estiver envolvido, que aponte”, disse.
fonte:midianews