7 de outubro de 2024

Hospital não recebeu laudo e diz, em nota, que médicos respondem por cirurgias

Adiretoria do Valore Day Hospital afirma que ainda não teve acesso o laudo de necropsia da vendedora Keitiane Eliza da Silva, de 27 anos, que morreu no dia 14 de abril após a realização de três procedimentos estéticos na unidade hospitalar. Segundo a perícia, a jovem teve um choque hemorrágico e não resistiu. A Polícia Civil investiga o caso e diz que é muito precoce apontar que erro médico motivou a morte. 

Em notas divulgadas à imprensa, o hospital Valore aponta que, além de estar de acordo com as normas dos órgãos competentes, o médico é responsável pela realização do procedimento e que exige do profissional o credenciamento junto ao Conselho Regional de Medicina e que possua Registro de Especialidade (RQE).

O hospital lamentou a morte e que, em pouco mais de dois anos de funcionamento, foram realizadas cerca de quatro mil cirurgias de diversas especialidades e nenhuma delas foi registrada nenhuma intercorrência grave.

Também afirma que “prestou todo o suporte à paciente [Keitiane], com acompanhamento da equipe médica e de enfermagem, e de acordo com todas as normas e protocolos, antes, durante e depois da cirurgia”.

Aponta ainda que “possui sala de estabilização em ambiente estratégico com condições estruturais de suporte para garantir assistência 24 horas ao paciente crítico/e ou grave até o posterior encaminhamento à unidade de terapia intensiva”. Como aconteceu com Keitiane.

“Após a intercorrência, a paciente foi prontamente atendida e, após estabilização, foi transferida à UTI do Hospital Santa Rosa para dar continuidade aos cuidados intensivos”.

Por fim, o Valore fecha as notas lamentando a morte, se solidarizou com a família e amigos e diz que está a disposição para eventuais esclarecimentos.

O laudo de necropsia

Laudo de necropsia da Perícia Técnica Oficial (Politec) confirma a análise preliminar de choque hemorrágico (grande perda de sangue) como a principal causa da morte da vendedora Keitiane. A hemorragia não ocorreu apenas em um local do corpo, mas de forma tão espalhada quanto às incisões cirúrgicas realizadas.

O documento atesta que as lesões na pele da vendedora são compatíveis com os procedimentos estéticos realizados, mas que não foi encontrado nenhuma lesão em vasos sanguíneos ou na parte interna do corpo, além de também não identificar indícios de trombose – entupimento das artérias do pulmão por um coágulo sanguíneo.

A morte

Na sexta de 13 de abril, Keitiane passou pelos três procedimentos, que tiveram seis horas de duração, no Valore Day Hospital. Ela fez lipoaspiração com enxerto nos glúteos, abdominoplastia (retirada de gordura do abdômen) e correção de cicatriz nos seios.

A vendedora sentiu desconforto respiratório no pós-operatório e, conforme relato feito por um familiar ao  , foi piorando cada vez mais. “Por volta das 00h ela ainda estava mal. Ela deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) às 9h. E aí teve três paradas cardíacas e tomou 7 bolsas de sangue”, disse.

Ele evoluiu para óbito por volta do 12h de do sábado do dia seguinte. O corpo foi liberado pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A família também registrou boletim de ocorrência e aponta o hospital não possuía condições necessárias para realizar os procedimentos estéticos por não ter UTI.

Por sua vez, o cirurgião plástico Alexandre Veloso, que fez os procedimentos, nega a acusação e diz que todos as ações preconizadas foram tomadas e a paciente recebeu atendimento imediato e foi levada para UTI.

Também em nota, o advogado do cirurgião afirma que nenhum dos exames demonstrou anormalidade, o que teria evidenciado que a paciente estava apta ao procedimento. Disse ainda que todo procedimento cirúrgica possui risco e que se coloca a disposição da família. Finaliza que prestou toda a assistência à vítima.

fonte:rdnews

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