7 de outubro de 2024

Do canteiro de obra à sustentabilidade

Do canteiro de obra à sustentabilidade: um retrato do olhar feminino no setor

A paixão pelo trabalho e o amor pelo meu filho são a razão do meu viver”. Essa é a forma com que Talita Galvão, engenheira de produção e coordenadora de sustentabilidade, descreve a carreira e as conquistas que abrem caminhos para mulheres se interessarem pelo cotidiano do saneamento.

No imaginário popular, poucos ambientes são mais masculinos do que o trabalho realizado em obras, em estações de tratamento e na manutenção de tubulações. Mas a realidade atual consolidou a presença de mulheres em organizações como a Águas Cuiabá, num papel determinante para a preservação ambiental e qualidade de vida da população.

Reprodução

Mulheres no saneamento

As descobertas ao longo da carreira de engenheira civil também influenciaram a história da pessoense Luiza Carrilho, especialista regulatória da companhia de saneamento da Capital. Há poucos meses em Cuiabá, ela que é fascinada pela engenharia desde criança, demonstra com sorrisos, falas e olhares a verdadeira essência de quem trouxe a família para o Cerrado e acredita na mudança da realidade socioambiental dos cuiabanos.

“Entrei na engenharia certa do caminho que gostaria de trilhar. Mudei de cidade várias vezes, vivendo o sonho da construção civil, passei por estaleiros e ferrovias, me dedicava totalmente ao trabalho, até que ocorreu a virada de chave”. Foi o olhar para a maternidade que levou Luiza Carrilho para novas descobertas. “Quando eu dizia que queria desacelerar, me diziam que não era possível, que talvez fosse imprudente”. Mas, ao mesmo tempo, esse novo ritmo, entre os cuidados com Lucas, 3 anos, e o trabalho de vistorias habitacionais, que houve a primeira mudança. “Passei a observar o modo de vida de muitas famílias desfavorecidas. Via a necessidade de investimento em tratamento de esgoto e, após quase dois anos, em uma vaga na Águas Cuiabá, a oportunidade de trabalhar no saneamento aconteceu”.

A força da minha mãe me ensinou a conquistar o mundo. Para liderar e falar com os operadores me inspirei no dinamismo dela

Engenheira Talia Galvão

Foi nesse mesmo encorajamento que a rondoniense Talita Galvão conquistou o cargo de coordenadora. Inspirada na determinação da mãe, Marlene Pereira, a jovem se especializou em segurança do trabalho e se dedica aos cuidados dos trabalhadores no ambiente das obras de ampliação das redes de água e esgoto do município.

“A força da minha mãe me ensinou a conquistar o mundo. Para liderar e falar com os operadores me inspirei no dinamismo dela. Com foco e muita garra mostro que meu papel é de mulher, sim, e com conhecimento técnico”.

Ao se tornar mãe, como muitas mulheres, a gestora teve que fazer escolhas, e reconhece no dia a dia das obras de extensão de esgotamento sanitário, ao levar saúde para as crianças que anteriormente via correndo expostas a esgoto, a essência da responsabilidade social das atividades que desempenha. “À frente da área de sustentabilidade, passei a sentir a sensação de pertencimento no mundo. O mais bonito é que se tornou pouco a pouco a transformação da vida das pessoas”.

Quando questionadas sobre a presença feminina em áreas predominantemente masculinas, as engenheiras concordam que o machismo e a necessidade de equidade de gênero estão presentes em diversos contextos.

“Provamos todos os dias a nós, ao mundo corporativo e também no canteiro de obras que a figura feminina pode estar em todos os lugares, que o fato de sermos mulheres não nos impede de exercermos nossas funções no mundo do saneamento. Não é questão de gênero o desejo que todos tenham água tratada na torneira e os índices de qualidade na saúde pública sejam positivos”, destaca Talita. “É um trabalho que vai além de estereótipos: trata-se de fundamentos específicos, que cada vez mais as empresas têm enxergado esse poder”, acrescenta Luiza.

Em 2020, a Águas Cuiabá, empresa controlada pelo Grupo Iguá, aderiu à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU), para a superação dos desafios na construção do futuro. Entre os 17 objetivos está a superação da desigualdade de gênero, uma vez que não é possível um mundo melhor enquanto ainda há restrições de direitos e oportunidades. Na Iguá, em 2021, as mulheres representam cerca de 25% do total de colaboradores.

“Por muito tempo a engenharia e as ações voltadas ao saneamento foram pautadas pelo universo masculino. Ao assumirmos o compromisso de incentivar a promoção da igualdade, inclusive em posição de liderança, servimos de inspiração para que mulheres dentro e fora da empresa possam se ver naquela mesma função”, aponta a supervisora de recursos humanos, Angélica Calabria.

FONTE RDNEWS

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