7 de outubro de 2024

Competitividade do Palmeiras

Competitividade do Palmeiras vem de modelo de jogo sólido e pautado pelo calendário

Campeão da Copa do Brasil, equipe paulista mais uma vez foi perfeita ao fechar espaços do adversário e atacou de forma direta e eficiente

Três títulos, vitórias históricas sobre rivais e uma Copa do Brasil com duas vitórias inquestionáveis. A temporada 2020 do Palmeiras, uma das melhores na história do clube paulista, foi cercada de altos e baixos, e com a chegada de Abel Ferreira, se pautou por um modelo de jogo sólido, organizado e que refletiu o calendário afetado pela pandemia de Covid-19.

Em 113 dias de trabalho com Abel, o Palmeiras disputou 36 jogos. Somando ao período de viagens, como a para Doha na disputa do Mundial Interclubes, e o período de descanso, significa que Abel não teve nenhuma semana livre para trabalhar. Coloque aí a pandemia de Covid-19, que afetou o elenco.

Numa estimativa otimista, Abel teve, no máximo, 28 treinos com o elenco completo.

Marcos Rocha como construtor e o novo papel de Rony e Veiga

Cuidado para não confundir um time de ataques diretos com pouco cuidado ou organização com a posse de bola. Pelo contrário. O Palmeiras tem repertório para sair jogando, sendo o principal deles a ideia de Marcos Rocha na linha dos zagueiros, iniciando a construção com dois volantes por dentro (Zé Rafael, Danilo ou Felipe Melo), Viña e um ponta dando amplitude (que já foi Scarpa, Menino e agora Wesley) e Veiga, Luiz Adriano e Rony por dentro.

O intuito dessa organização é deixar ao menos cinco jogadores lutando contra a linha de defesa do rival, composta por quatro jogadores. Viña e Wesley avançam tanto que batem com os laterais, chamando a atenção deles para que Luiz Adriano e Rony fiquem sozinhos contra dos dois zagueiros.

É esse desenho que potencializou tanto Rony, que passou de questionado a artilheiro da Libertadores. O mesmo com Raphael Veiga, que quase foi emprestado e se tornou o melhor jogador da Copa do Brasil. Jogando por dentro, eles tabelam, combinam, criam e finalizam.

Luiz Adriano, que já fazia grande temporada, se tornou peça chave saindo cada vez mais da área e abrindo espaços para quem vem de trás. Foram muitos os gols feitos daí.

Abel tem muitos méritos ao incluir Andrey Lopes na construção desse jogo, o que economizou tempo e colocou cada jogador onde se sente confortável. Com pouco tempo de treino, é mais fácil montar um time a partir das características dos jogadores do que impor um modelo de jogo a eles. O modelo do Palmeiras vem dos jogadores. E potencializa o desempenho individual.

Na defesa, pressão na bola todo o tempo

 

Se já tinha um sistema defensivo que passava limpo em vários jogos com Luxemburgo, o Palmeiras ficou ainda mais seguro com Abel. O motivo é a pressão na bola – nome técnico para quando o time cerca o adversário com a bola e impede ele de jogar.

Simples e básico, mas muito bem executado. O “segredo” está não no jogador do Palmeiras que sai para pressionar, mas como a equipe desenha a cobertura para que nenhum adversário tenha reais condições de jogar. A marcação começa com Veiga e Luiz Adriano, os mais avançados do 4-2-3-1 palmeirense.

FONTE: https://globoesporte.globo.com

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